O cômico no absurdo

Texto escrito por Larissa Hofbauer

Audiodescrição por Thamyres Gomes dos Santos

Imagens por Larissa Hofbauer

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O livro O menino de ouro & A caixa de Alcebias de Bianca Pinheiro e Greg Stella conta duas histórias.

A primeira conta a história de James McRow Jr, garoto que desde a sua infância quer ser jogador de beisebol, melhor que seu próprio ídolo, Marty Marvin. 

A história em si mostra o personagem tentando perseguir seu sonho a todo custo. E por meio desse humor nonsense (basicamente um humor que não possui lógica) desenvolve o desfecho da história. James conquista este sonho, mas será que realmente conquistou? 

É uma leitura rápida, mas que podemos destacar alguns pontos, como a obsessão dele de ser o melhor. Ele realmente se tornou jogador de beisebol, e saía em jornais, mas sempre tinha algo mais para correr atrás, aquela necessidade de preencher as expectativas que ele mesmo criou.  Um dos quadros fala “Jimmy McRow  já não tinha mais muita vontade de coisa alguma”, e 5 quadros para frente diz “e para evitar que sua vida se tornasse exponencialmente mais deplorável e depressiva, Jimmy fez a única coisa que podia fazer:”

A história não fala abertamente sobre depressão, mas aborda as grandes expectativas que as pessoas têm sobre a gente, como a mãe de James com medo dele focar só no beisebol e o próprio pai de Jimmy morreu amando beisebol, e as expectativas que nós mesmos nos colocamos. 

Visualmente falando, essa história é direta. Quero dizer, a maioria das páginas conta com a sequência de nove quadros, focando nos personagens e suas expressões e há quadros somente com as explicações. Basicamente a construção das páginas é essa. E mesmo assim consegue passar o sentimento dos personagens de uma forma bem clara. Em um determinado momento na narrativa, o pai de Jimmy morre e ele passa a ser representado por uma lápide, isso foi de uma astúcia tão grande, poderiam simplesmente ter apagado ele da história, mas a lápide dele apareceu mais de uma vez. 

No segundo quadrinho do mesmo livro conta a história ‘A caixa de Alcebias’ já de cara podemos perceber duas coisas, primeiro Alcebias morreu, segundo os seus funcionários tinham uma péssima visão dele, definindo-o como sovina, grosseiro, cruel e indigesto.

Falando de forma geral na história, ele morre e deixa sua herança com seu sobrinho, Pedro. Uma dessas coisas que ele deixou foi uma caixa com um bilhete que dizia para Pedro não abrir a caixa, mas ele abre mesmo assim. A caixa era uma espécie de caixa de pandora, coisas ruins saíram dela, coisas que fizeram heróis e vilões se juntarem para combater aquele mal. 

Pedro, o herdeiro é retratado pelo seu tio morto como a ‘única pessoa que o entendia e que ria das suas piadas’, e quando olhamos o personagem percebe-se que possui expressões blasé, ou seja, um garoto meio apático, indiferente. Contarei o fim para que me entendam. A caixa com tudo de ruim volta para Pedro, que quando questionado o que fará com ela, a abre de novo, mesmo tendo ciência de toda a destruição que tem nela. 

Durante a leitura é evidente a ênfase em características sobre a índole das pessoas, como definir Alcebias como cruel e indigesto. Alcebias define Pedro como o único que presta na família, os super-heróis se definem como a Liga dos Bons. Mas no final das contas existem pessoas boas, ruins e o Pedro. 

As duas histórias possuem um desfecho tão absurdo que chega a ser cômico. 

Ficha Técnica

Título:O menino de Ouro & a Caixa de Alcebias

Autor: Greg Stella  e Bianca Pinheiro

Editora: Conrad

Ano de publicação: 2024

Páginas: 32 páginas

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